UMA RAÇA BOVINA DOS AÇORES
Qualidade dos melhores pastos
há mais de 500 anos a aperfeiçoar uma marca de carne, criada com leite materno e os melhores pastos dos Açores, com a influência da exposição da insularidade.
OS PRIMEIROS POVOADORES DAS ILHAS
O povoamento do arquipélago dos Açores começou no século XV e, com os primeiros povoadores de origem Algarvia e Minhota, vieram também várias espécies pecuárias. Naturalmente os animais que os acompanharam, tinham a sua origem nas mesmas regiões (Leitão et al., 1943).
Refere-se ainda que, provavelmente esses bovinos foram levados da região Algarvia, pelo facto dos descobridores saírem de Sagres. Quando os navegadores conduziram esses animais e, posteriormente levaram os primeiros povoadores, o Algarve era o centro de dispersão da então variedade algarvia da raça Alentejana, enquanto a região do Minho era um dos principais centros de expansão dos bovinos da raça Galega ou Minhota.
A EVOLUÇÂO DA RAÇA
Desta forma as raças levadas inicialmente para os Açores foram as nacionais, como a Alentejana, a Algarvia, a Mirandesa e a Minhota, que foram posteriormente expostas à insularidade dando origem a um tipo de bovino de pelagem avermelhada, que era designado pela “raça da terra”. Segundo Medeiros (1978)
RAMO GRANDE
Também segundo, Leitão et al. (1943), na zona nordeste da ilha Terceira, existiam alguns bovinos com traços das raças Minhota e Alentejana, julgando-as como sendo as primeiras para lá levadas. Também verificaram nos animais daquela altura, alguns vestígios da raça Flamenga, que poderia ser a consequência de o primeiro donatário da ilha Terceira ser flamengo. De acordo com este autor estas quatro as raças (Minhota, Alentejana, Mirandesa e Flamenga) contribuíram para origem de um núcleo de animais designado por “Ramo Grande”, destacando como papel principal da formação do referido núcleo a raça Alentejana.
De acordo com Bruges, (1915), embora os lavradores na ilha Terceira tratassem da melhor maneira possível o seu gado, eram as populações das freguesias do chamado “Ramo Grande” que criavam os melhores exemplares. Havia uma razão, os animais eram tratados como família e bastamente alimentados, dando origem a grandes e fortes bois, que trabalhavam dois ou três anos e, quando os lavradores tinham uma nova junta para os substituir, enviavam-nos para o matadouro de Lisboa, com idades entre os quatro e os cinco anos.
AS INFLUÊNCIAS DA RAÇA
Segundo referências de Bruges (1915), Bettencourt (1923) e Armas (1957), a introdução de diversas raças exóticas nos Açores, nomeadamente em finais do século XIX e início do século XX, terá contribuído e influenciado a raça Ramo Grande.
Segundo alguns historiadores entre os quais Gaspar Fructuoso, os fatores organolépticos locais, desde o início da produção de carne bovina no arquipélago, que a qualidade das pastagens e o maneio dos animais foram fatores que influenciaram o sabor e o aroma da mesma.
A produção de carne de bovino remonta à época do povoamento destas ilhas, em meados do século XV. Desde essa altura que a qualidade das pastagens e o maneio dos animais, são indicados como fatores que influenciam o sabor e aroma da mesma, sendo essas qualidades organolépticas registadas por diversos historiadores entre os quais Gaspar Fructuoso.